18/08/2010

A Mala de Newton

imageEm meados de julho de 1936, a Sotheby’s leiloa em Londres o conteúdo de uma mala de metal cheia de manuscritos de Isaac Newton. Foi pela descendência de Catherine Barton, sobrinha de Newton, que aquela mala foi parar nas mãos do visconde Lymington; no início e 1936 o visconde resolveu por à venda o conjunto dos documentos de Newton, que se encontrava em posse da família havia 200 anos, para salvar  suas finanças, pagar direitos de sucessão, pagar as custas de um divórcio – e, segundo alguns, financiar a “British Union of Fascists”.

Esses documentos, que tratam essencialmente de alquimia e de teologia, não tendo, portanto, um caráter propriamente científico, tinham sido recusados anteriormente, em 1872, pela Universidade de Cambridge. A Sotheby’s redigiu um catálogo, dividiu os documentos em lotes e os pôs À venda. A venda não interessou às instituições e rendeu a Lymington apenas 9 mil libras. A metade dos lotes, principalmente os que tratam de alquimia, foi comprada pelo grande economista John Maynard Keynes (1893 – 1946), que colecionava textos científicos antigos para evitar a dispersão dos manuscritos, e colocada à disposição dos historiadores após a sua morte.

A maior parte dos textos sobre teologia foi comprada por Abraham Shalom Ezequiel Yahuda (1877 – 1951), professor de línguas orientais e colecionador de textos religiosos. Qual não foi a surpresa de Keynes ao descobrir, naquela mala, a natureza dos textos alquímicos de Newton! Ele viria a escrever:

Newton terá sido o último dos magos do século da razão

Esses textos, redigidos ao longo de sua vida, compilam e estudam os escritos dos séculos precedentes, utilizando um vocabulário obscuro e esotérico, e descrevem operações mais próximas da magia que da química.

A célebre mala de Newton renovou o interesse pelo ilustre físico e matemático e revelou ao grande público suas inclinações para o hermetismo. É o começo da desconstrução do mito Newton. O gênio se torna então um personagem desacreditado, qualificado de esotérico, de místico e de mágico eventual. Essas críticas excessivas a Newton se amenizarão na década de 1970, quando ele voltará a ser considerado um cientista racional, preocupado em buscar nos antigos verdades capazes de ajudar a compreender a Natureza, cheio, porém, de pretensões e convencido de ter sido escolhido por Deus para interpretar os mistérios da Natureza.

Bem, você que leu este artigo até aqui é porque realmente se preocupa com a História das Ciências, pois não há uma equação sequer. Mas veja que os elogios a Newton são escassos e seu pretenciosismo é exaltado. Eu, como um extremo admirador de Newton, vejo este artigo de outro modo: Newton foi único em seu tempo, assim como Arquimedes e Gauss foram aos seus. Sua inteligência e capacidade de concentração foi tamanha que a Física (ramo pelo qual é reconhecido) em sua vida foi uma mera consequência. Seus trabalhos na Física, Análise, Óptica, Alquimia, Teologia, Astronomia, ... foram de extrema importância no desenvolvimento das Ciências, deixando um legado que ainda chega até nós como verdade.

Convido você a ler outros artigos neste blog sobre este célebre matemático, com o intuito de conhecer suas diversas facetas.

Referências:

[1]  Gênios da Ciência Vol. 1 Newton: O Pai da Ciência Moderna


Veja mais:

O Tempo Absoluto de Newton
Medidas de Tempo
Prismas Ópticos
A Série de Mcalaurin e o Binômio de Newton
Lei da Refrigeração de Newton
Binômio de Newton no blog Fatos Matemáticos: Link 1, Link 2


COMO REFERENCIAR ESSE ARTIGO: Título: A Mala de Newton. Publicado por Kleber Kilhian em 18/08/2010. URL: . Leia os Termos de uso.


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4 comentários:

  1. Olá =]

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    Ficaria muito feliz.

    abçS

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  2. Esse Newton era um "mala" mesmo heim? Hehehehehe Tudo tem o nome dele!

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  3. É verdade amigo, Newton foi um excepicional cientista! Seu nome figura em diversos ramos das ciências. Veja mais sobre Newton neste blog no link abaixo:

    http://obaricentrodamente.blogspot.com/search/label/Newton

    Obrigado pela visita!

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