Do século IX ao fim do século XI, as ciências nas regiões do Islã eram expressas quase exclusivamente em língua árabe. A partir do século XII, foram forjadas terminologias científicas em persa e no hebreu. Entretanto, a prosa foi a expressão científica majoritária nas três línguas na terra do Islã.
A poesia gozava de prestígio nas diferentes camadas sociais do império e os cientistas não tardaram a se interessar por ela, como objeto de estudo e como meio de expressão ou instrumento pedagógico.
Esse bilhete amoroso sob forma de um enigma versificado está no fim de uma epístola extremamente séria do não menos sério matemático de Marrakech (Cidade do sudoeste de Marrocos), Ibn Al-Banna:
Três sétimos do coração para seu olhar.
Um sétimo é oferecido para a rosa de suas bochechas.
Um sétimo e a metade de um sétimo e o quarto,
Pela recusa de um desejo insatisfeito.
Um sétimo e um sexto de um quarto são a parte dos seios bem redondos
Que me recusaram ao pecado do meu abraço e me empurraram
O resto, que está em cinco partes, e pelas palavras dela,
Que estancariam minha sede se tivesse sido escutadas.
Se considerarmos x o coração inteiro, podemos equacionar este poema da seguinte forma:
Resolvendo a equação em x, obtemos:
Referências:
[1] Scientific American – Edição Especial Nº11 - Etnomatemática
Olá, Kleber!
ResponderExcluirAinda bem que vc fez a tradução do bilhete. Porque, senão eu ia interpretar como sendo, a visão do serpentário do Butantã. É naja... que não acaba mais!
KKKKKKKKKK!!!!! É brincadeira!
Quando vi o título para a chamada da sua postagem... julguei que se trataria do poema de Millor Fernandes e aí vi que não! Mas, o 168 (divisível por 3) são pulsações por minuto? Tem algum significado em assumir esse valor ou trata-se apenas de um exercício matemático?
Um abraço?
Bem curioso este poema...
ResponderExcluir168 é um número legal. Ele é, por exemplo, soma de três quadrados: 168 = 2²+8²+10².
até
Pedro R.
Não sei se tem relação aos batimentos do coração, mas pode haver alguma, considerando corações apaixonados, que batem rapidamente...
ResponderExcluirNa revista, Etnomatemática, há o tema sobre poemas matemáticos e como evoluiu durante os séculos. Parece que foram tomados como forma de expressar uma exercício. É a matemática ultrapassando barreiras!
Boa observação Pedro!
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