O estudo das seções cônicas teve início na Grécia Antiga, uma consequência da busca pela solução do problema da duplicação do cubo.
Apolônio de Perga (262a.C. - 190a.C.), em sua obras As Cônicas, composta de 8 livros, desenvolveu generalizações, aplicando novos métodos, descobrindo novos teoremas e praticamente exauriu as conclusões puramente geométricas envolvidas nas seções cônicas.
Apolônio descobriu a possibilidade de obter cônicas a partir de qualquer seção em qualquer cone. Mas para obter a hipérbole, teve que considerar dois cones circular retos ligados pelo vértice, onde as duas folhas da hipérbole formam a mesma curva.

Definição:
A hipérbole é o lugar geométrico dos pontos do plano cuja diferença das distâncias, em valores absolutos, a dois pontos fixos desse plano é constante.
Sejam dois pontos distintos F1 e F2 de um plano π, cuja distância d(F1,F2)=2c. Seja um número real a tal que 0<2a<2c.
A hipérbole é o conjunto de todos os pontos P do plano, tais que:
|d(P,F1)−d(P,F2)|=2aou
||→PF1|−|→PF2||

Como podemos ver, a hipérbole é uma curva com dois ramos. Analisando a equação (2), podemos ver que um ponto P está na hipérbole se, e somente se:
d(P,F1)−d(P,F2)=±2a
Quando P está no ramo da direita, a diferença é igual a +2a:
d(P,F1)−d(P,F2)=+2apois PF1>PF2.
E quando P estiver no ramo da esquerda, a diferença é −2a:
d(P,F2)−d(P,F1)=+2apois PF2>PF1.
Considerando a reta que passa por F1 e F2, as intersecções com a hipérbole serão os pontos A1 e A2. Traçamos uma perpendicular a eta reta, passando pelo centro C do segmento ¯F1F2.

A hipérbole é uma curva simétrica em relação às estas duas retas, como também ao ponto C. Se P1 é um ponto da hipérbole, existem outros pontos P2, P3 e P4 tais que, P2 é o simétrico de P1 em relação à horizontal, e P3 é o simétrico de P1 em relação à reta vertical, e P4 é o simétrico a P1 em relação ao ponto C. Pela simetria, concluímos que:
d(A1,F1)=d(A2,F2)Elementos da hipérbole
Os principais elementos de uma hipérbole estão relacionados abaixo, considerando a figura abaixo:

Focos: F1 e F2.
Distância focal: é a distância 2c entre os focos, onde c=¯CF1=¯CF2.
Centro: é o ponto médio C do segmento ¯F1F2.
Eixo real ou transverso: é o segmento ¯A1A2, de comprimento 2a, onde a=¯CA1=¯CA2.
Eixo imaginário ou conjugado: é o segmento ¯B1B2, de comprimento 2b. O valor de b é definido pela relação pitagórica:
c2=a2+b2
onde a, b e c são as medidas dos lados do triângulo CA2M.
Assíntotas: são as retas r e s das quais a hipérbole se aproxima cada vez mais à medida que os pontos se afastam dos focos. Esta aproximação é contínua e lenta de forma que a tendência da hipérbole é tangenciar suas assíntotas no infinito.
Considerando uma circunferência de raio ¯CF1 ou ¯CF2, cujo centro C é o mesmo centro da hipérbole, traçamos pelos vértices A1 e A2 cordas perpendiculares ao segmento ¯F1F2 e marcamos as intersecções com a circunferência. Esses pontos são os vértices do retângulo MNPQ inscrito à circunferência. Esse retângulo tem dimensões 2a e 2b.
As retas r e s que contém as diagonais desse retângulo são as assíntotas da hipérbole.
Abertura: o ângulo θ é chamado de abertura da hipérbole.
Excentricidade: a excentricidade de uma hipérbole é o número dado pela relação:
e=ca
onde c>a, portanto, e>1.
A excentricidade da hipérbole está intimamente relacionada com sua abertura. Se mantivermos o segmento c fixo e variarmos apenas o comprimento do segmento a, teremos uma abertura maior quando a é menor e vice-versa. Então, se diminuirmos o valor de a teremos uma excentricidade maior e=c/a. Assim os ramos da hipérbole estarão mais abertos.
Quando a=b o retângulo MNPQ se transforma num quadrado, torando as assíntotas perpendiculares e a abertura da hipérbole será igual a θ=45°. Para este caso específico a hipérbole recebe o nome de Hipérbole Equilátera.
Equação reduzida da hipérbole
Caso 1: O eixo real etá sobre o eixo dos x
Tomando um sistema ortogonal, como o centro C da hipérbole na origem do sistema, temos que ¯A1A2⊂x e ¯B1B2⊂y.

Seja um ponto P(x,y) da hipérbole, cujos focos são os pontos F1(−c,0) e F2(c,0). Por definição, temos que:
|d(P,F1)−d(P,F2)|=2a
Em coordenadas:
|√(x+c)2+(y−0)2−√(x−c)2+(y−0)2|=2a √(x+c)2+y2=√(x−c)2+y2+2a
Elevamos ambos os lados ao quadrado, a fim de eliminar as raízes:
(x+c)2+y2=(x−c)2+y2+4a√(x−c)2+y2+4a2 x2+2cx+c2+y2=x2−2cx+c2+y2+4a2+4a√(x−c)2+y2 4cx−4a2=4a√(x−c)2+y2 cx−a2=a√(x−c)2+y2
Elevamos novamente ambos os lados da equação:
(cx−a2)2=a2(x−c)2+a2y2 c2x2−2a2x+a4=a2x2−2a2xc+a2c2+a2y2Chegando a:
(c2−a2)x2−a2y2=a2(c2−a2)
Substituindo a relação (4) em (5), obtemos:
b2x2−a2y2=a2b2
Dividindo ambos os lados por a2b2, encontramos:
x2a2−y2b2=1
Caso 2: O eixo real está sobre o eixo dos y
Tomando um sistema ortogonal, com o centro C da hipérbole na origem do sistema, temos que ¯A1A2⊂y e ¯B1B2⊂x.

Analogamente ao primeiro caso, chegamos à equação da hipérbole:
y2a2−x2b2=1Links para esta postagem:
Referências:
- Geometria Analítica - Steinbruch & Winterle
- Matemática: Ciência e Aplicações V3 - Iezzi, Dolce, et al
Veja mais:
- A equação da elipse
- Os 10 problemas de Apolônio
- Construção geométrica da hipérbole com régua e compasso
Bem didática a sua apresentação sobre a hipérbole. É possível provar usando Cálculo que as equações das assíntotas de uma hipérbole podem ser obtidas de sua equação reduzida, simplesmente trocando 1 no lado direito da expressão por 0. Por exemplo,
ResponderExcluirx^2/a^2 - y^2/b^2 = 1 => x^2/a^2 - y^2/b^2 = 0 => y = +- bx/a.
Abraços e obrigado pelo link.
Olá Paulo,
ResponderExcluirCom esta equação fica fácil observar a inclinação das assíntotas. Obrigado por citá-la.
Um abraço.
Gostei do modo como o conteúdo foi apresentado. Explicado e não apenas exposto. Eu conheci esse blog enquanto procurava um demonstração sobre derivadas e agora estou usando ele para estudar para uma prova que eu farei daqui a pouco.
ResponderExcluirMais uma vez, obrigado.
Obrigado amigo. Desejo uma boa prova! Um abraço.
ResponderExcluirOi. Sou que postei esse comentário do dia 17 de abril ás 2:55PM. Eu gostaria de saber por que eu só consigo postar comentários como anônimo. Eu estou participando deste site agora e pense que com isso poderia postar normalmente, mas não consegui. Tentei postar usando meu perfil do Google, mas quando escolhi essa opção, fui encaminhado para um site que me sugeria que eu fizesse um Bloger (isso é algo que eu não quero fazer).Não entendo o que esta acontecendo.
ResponderExcluirDesde já... Obrigado.
Olá. Veja só: criei uma conta qualquer só para tentar simular o que vocÊ disse. Quando fui fazer um comentário, pede-se que crie um perfil no blogger e não um blog propriamente. É só dar um nome para o perfil, KleberKilhian, por exemplo e aceitar os termos. Depois vc pode editar e adicionar fotos para aparecer nos comentários, se quiser. Acho que é isso. Um abraço!
ExcluirEu fiz o que você disse.
ResponderExcluirObrigado.
Que bom que deu certo. Precisando estamos aí!
ResponderExcluirAbraços!
Eu ainda não aprendi como postar comentários com LateX. Eu usei o editor online e tentei copiar o código da equação, o URL da imagem, mas quando eu visualizava a mensagem, aparecia o código/URL e não a equação.
ResponderExcluirObrigado, mais uma vez.
Olha só, vá no site codecogs:
ResponderExcluirhttp://www.codecogs.com/latex/eqneditor.php
monte sua fórmula no campo de cima. Em baixo a imagem será mostrada. Veja que deve-se ter uma noção de Latex para isso.
Quando for copiar, copie o código digitado mesmo. Cole nos comentários e coloque o símbole de crfrão no começo e no fim de cada fórmula, para que o script instalado aqui neste blog possa entender do que se trata. Veja:
a parábola: xis quadrado, menos um, deve-se por o código: x^2-1 entre o símbolos de cifrão, que vai gerar a imagem:
x2−1
Ok? Procure alguns tutoriais de escrita em latex, vai ajudar.
Abraços.
Eu já tinha tentando escrever com LateX nesse blog, mas o que me atrapalhava era o fato de achar que, quando eu clicasse em "Visualizar" a equação apareceria do mesmo jeito que seria postada no blog. Mas pelo que eu percebi, não é assim que funciona.
ResponderExcluirAgora eu consegui. Se eu tiver alguma dúvida ou mesmo que dizer dizer alguma coisa por aqui eu postarei e a fato de poder usar o LateX aqui, vai facilitar muito. Agora que eu estou seguindo este blog, vou tentar aproveita-lo (dentro do possível).
Olá Francehelder. Fique a vontade para postar aqui, afinal, a função de um blog é a troca de informações.
ResponderExcluirUm abraço!
agradeço o conteúdo de qualidade
ResponderExcluirOlá Kleber,
ResponderExcluirÓtimo material. Foi muito elucidativo. Obrigado e parabéns!
Só me restou uma dúvida: o que garante que as retas r e s, que contêm as diagonais do retângulo MNPQ, são assíntotas à hipérbole?
Abraço!