Um pouco de História
Abraham De Moivre (Lê-se: Demoavre) (1667 - 1754), um huguenote francês que buscou abrigo no clima politicamente mais ameno de Londres, depois da revogação do Edito de Nantes (1685). De Moivre ganhava a vida na Inglaterra como professor particular e tornou-se amigo íntimo de Isaac Newton.
De Moivre é conhecido principalmente por suas obras Annuities upon Lives, que teve um papel importante na história da matemática atuarial, Doctrine of Chances, que continha muito material sobre teoria das probabilidades e Miscellanea analytica, em que há contribuições a séries recorrentes, probabilidade e trigonometria analítica.
Considera-se, ainda, que De Moivre foi o primeiro a trabalhar com a integral:
Em probabilidade, bem como a curva de frequência normal tão importante em estatística:
O resultado conhecido por Fórmula de Stirling, tão útil na aproximação de fatoriais de números grandes, ou seja:
para n muito grande, na verdade é contribuição de De Moivre.
A importante fórmula:
se tornou a chave da trigonometria analítica, dada por Moivre em 1707 para n inteiro. E será esta fórmula que iremos estudar neste artigo.
Há uma lenda interessante envolvendo a morte de De Moivre. Segundo ela, De Moivre teria revelado, certa ocasião, que daí para frente teria que dormir, em cada dia, quinze minutos a mais do que no dia anterior. E quando essa progressão aritmética atingiu 24 horas ele de fato teria morrido.
Fonte: Introdução à História da Matemática, Eves
Potenciação de Números Complexos na forma Polar ou Trigonométrica
Dado um número complexo não – nulo na forma:
e seja um número n = 1, 2, 3, ...
Podemos escrever a potência do número complexo z como:
Na maioria dos livros, o autor pula desta parte para a fórmula geral. Vou, aqui, demonstrar a Fórmula geral a partir de n = 1, 2, 3, ...
Para n = 1, teremos:
Para n = 2, teremos:
Vejam que:
e
[Veja demonstração do arco duplo aqui]
Logo temos:
Para n = 3, teremos:
Aqui, faremos uma mudança de variáveis, onde:
Substituindo na equação acima, teremos:
Vejam que:
e
No entanto, as variáveis:
Temos então:
Logo:
De modo análogo, podemos calcular a potência de um número complexo na forma polar para n = 4, 5, 6, ...
Assim, podemos generalizar uma fórmula, chegando à 1ª Fórmula de De Moivre:
Quero agradecer ao amigo e seguidor deste blog Ricardo Tavares, por sugerir um post sobre as fórmulas de De Moivre.
Veja mais:
Demonstração da 2ª Fórmula de De Moivre
Aplicação da 2ª Fórmula de De Moivre
Números Complexos
Olá Kleber, o post ficou muito bom, principalmente com a excelente introdução histórica e o uso de fórmulas trigonométricas previamente provadas. Mas sugiro que corrija a integral imprópria de probabilidade: Colocou -x^2 ao invés de -x.
ResponderExcluirAbraços!
Quando iniciei este post, me deparei com algumas fórmulas trigonométricas que achei que necessitavam uma atenção mais detalhada, então publiquei primeiro as fórmulas trigonométricas.
ResponderExcluirCorriji a integral, conforme pág 467, Eves.
Obrigado pela observação.
Abraços!!
Otimo
ResponderExcluirNão seria necessário provar por indução? Pois provar para n=1, 2 e 3 não garante que valha para n qualquer.
ResponderExcluirOlá Antonio. Tem toda a razão. Se não for demonstrado que a fórmula valha para n e n+1, então não há nada garantido. Verei se reformulo a postagem em breve.
ExcluirAgradeço a visita e comentário.
O que é que significa p estilizado, na fisica este p é usado como momento.
ResponderExcluirOlá Marcelo. A letra grega $\rho $ é o módulo de um número complexo. A distância entre a origem e um ponto P no plano de Gauss. Veja este post sobre números complexos: http://obaricentrodamente.blogspot.com.br/2010/05/numeros-complexos.html?m=1
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