Veremos nesta postagem como determinar se duas retas são perpendiculares entre si, dados seus coeficientes angulares.
Considere duas retas r1 e r2 não perpendiculares a nenhum dos eixos x e y. Sejam m1 e m2 os coeficientes angulares das retas r1 e r2, respectivamente. As retas r1 e r2 serão perpendiculares entre si se, e somente se, o ângulo formado entre elas for igual a 90∘.
Teorema 1: Duas retas são perpendiculares entre si se o coeficiente angular de uma delas for igual ao oposto do inverso da outra, ou seja:
m1⋅m2=−1
Demonstração: Sejam m1 o coeficiente angular da reta r1 denotado por m1=tg(θ) e m2 o coeficiente angular da reta r2 denotado por m2=tg(θ+π2). Temos que:
tg(θ+π2)=sen(θ+π2)cos(θ+π2)Pela fórmula da soma de arcos, segue que:
tg(θ+π2)=sen(θ)cos(π2)+sen(π2)cos(θ)cos(θ)cos(π2)−sen(θ)sen(π2)
tg(θ+π2)=sen(θ)⋅0+1⋅cos(θ)cos(θ)⋅0−sen(θ)⋅1
tg(θ+π2)=−cos(θ)sen(θ)
tg(θ+π2)=−cotg(θ)=−1tg(θ)
Como m1=tg(θ) e m2=tg(θ+π2)=−1tg(θ), podemos dizer que:
m2=−1m1oum1⋅m2=−1
Exemplos: Verifique se as retas são perpendiculares.
a) r1:x+2y−1=0 e r2:2x−y+3=0
O coeficiente angular de uma reta é dada por:
y−y0=m(x−x0)
As equações das retas dadas estão na forma geral: ax+by+c=0. Isolando y colocamos-as na forma reduzida: y=mx+q, onde m=−a/b e q=−c/b, sendo m o coeficiente angular da reta. Assim, temos: r1:y=−12x+12 e r2:y=2x−3. Assim, m1=−1/2 e m2=2.
Utilizando a fórmula dada em (4), temos:
m2=−1m1
De fato, temos:
2=−1−1/2⇒−1=−1
O que mostra que as retas são perpendiculares. Graficamente:
b) r1:x+3y−1=0 e r2:−x−y+4=0.
Escrevendo as retas na forma reduzida, temos: r1:x+3y−1=0 e r2:−x−y+4=0 e os respectivos coeficientes angulares são m1=−1/3 e m2=−1. Vemos que as retas não são perpendiculares, já que ambos os coeficientes angulares são negativos, onde o produto será um número positivo. Graficamente:
c) Sejam as retas r1 passa pelo ponto A1(0,3) e A2(−1,4) e a reta r2 passa pelo ponto B1(1,4) e B2(0,3).
Determinamos os coeficientes angulares das retas:
r1:y−yA=m1(x−xA)4−3=m1(−1−0)m1=−1
e
r2:y−yB=m2(x−xB)3−4=m2(0−1)m2=1
Temos que:
m1⋅m2=−1−1⋅1=−1−1=−1
O que é uma verdade e as retas realmente são perpendiculares. Graficamente:
Veja mais:
Valor Absoluto e a Desigualdade Triangular
Fórmula das Coordenadas de um Triângulo
Reta Tangente a uma Curva
Oi, Kleber!
ResponderExcluirParabéns pelo post, ficou muito bom.
Uma prova de que a unidade imaginária não serve para medir ( por causa de pertencer à um conjunto que não pode ser ordenado) é que se temos uma reta de coeficiente angular a=i, então encontramos uma surpresa ao calcular o coeficiente da perpendicular.
Abraços!
Suponho que o conjunto que você mencionou, ao qual a unidade imaginária pertence, seja o conjunto dos números complexos. Se for, você está equivocado, pois este conjunto pode sim ser ordenado.
ExcluirOi! Sobre a questão de "C" ser ou não ordenável: Vou dar minha opinião, já que nunca vi esse assunto tratado sériamente. Em princípio qualquer conjunto pode ser ordenado (pelo axioma da escolha) Acho que o que se quer dizer com C não ordenável é que se mantivermos a ordem em |R e mantivermos o axioma (se a>b e x>0 então ax>bx e se x<0 então ax0 ou i<0. Se i>0 então ii>0 => -1>0 absurdo. Se i<0 então ii>0 => -1>0 absurdo.
ExcluirResumindo C é ordenável, mas não é ordenável sob as condições acima.
Meu comentário saiu cortado. Corrigindo:
Excluirem |R e mantivermos o axioma(se a>b e x>0 então ax>bx e se x<0 então ax0 ou i<0, Se i>0 então ii>0 => -1>0 (absurdo) e Se i<0 => ii>0 =>-1>0 (absurdo). Logo C não pode ser ordenado sob as condições acima.
Saiu cortado de novo. O que eu fiz foi provar que se você considerar i<0 ou i>0 chegaremos a um absurdo. Espero que entenda.
ExcluirDe fato, é possível definir uma ordem (na verdade, várias) no conjunto C dos complexos(assim como em qualquer outro). Mas esta ordem, como se diz, não é "compatível" com as operações de adição e multiplicação usualmente definida em C - o que significa que não vale a monotonicidade (nem da adição nem da multiplicação).
ExcluirObs.: "se a>b e x>0 então ax>bx" não é um axioma, é uma propriedade (chamada monotonicidade da multiplicação) que os elementos dos corpos ordenados possuem, e que pode ser provada. Os elementos de C, enquanto corpo, não gozam de tal propriedade seja qual for a ordem definida em C. A ideia da prova é exatamente aquele que você utilizou. Note, entretanto, que o absurdo não é -1>0, pois é possível definir uma ordem (no corpo dos reais) tal que -1>0. O absurdo é "-1>0 e -1<0" (possibilidade estas que se excluem mutuamente pela tricotomia).
Oi! O fato de ser ou não um axioma a monotonicidade da multiplicação depende da construção dos Reais. Quando se apresenta os reais como um "Corpo Ordenado Completo" assume-se a monotonicidade como um axioma, com pequenas variações. Afinal se duas construções são equivalentes, o que é axioma numa é teorema ou axioma noutra. Na "demonstração" que fiz -1>0 é um absurdo pois escrevi "Se mantivermos a Ordem(trivial) em |R. Obrigado.Abraços.
ExcluirQuanto ao axioma, tem razão (mas o corpo ordenado em questão não precisa ser completo). Quanto ao -1>0, tem razão novamente, desculpe pela desatenção.
ExcluirMuito bom
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