O Homem sempre observou o céu noturno desde o nascer da história. Inicialmente os pontos de luz que viam no céu contra a abóbada celeste (estrelas) pareciam aleatórios, mas com o passar do tempo, foram identificando padrões, o que hoje conhecemos como constelações. Com o passar do tempo, perceberam que algumas estrelas se comportavam diferentes das outras, vagando pelo céu, o que depois ficou comprovado que eram planetas (do grego, aquele que vaga).
Hiparco (190 a.C. - 120 a.C.), por exemplo, catalogou a posição e magnitude de cerca de 850 estrelas sem o uso de qualquer instrumento artificial e ainda descobriu que o Sol não está sempre na mesma posição do zodíaco quando ocorrem os equinócios, sendo esta sua maior descoberta científica.
Conforme as observações avançavam, os astrônomos precisavam de ferramentas e instrumentos mais sofisticados, tais como astrolábios, sextantes e muito mais tarde, lunetas. Paralelamente as teorias sobre astronomia também iam se desenvolvendo e um ponto crucial na história da astronomia foi a formulação das Leis de Kepler e da Lei da Gravitação Universal de Isaac Newton.
Newton respondeu a uma questão que estava sem resposta: "Que espécie de força o Sol exerce sobre os Planetas obrigando-os a movimentarem-se de acordo com as Leis descobertas por Kepler?".
Como se lê:
A força gravitacional é igual à constante gravitacional multiplicada pelo quociente entre o produto das massas e o quadrado da distância entre os corpos.
O que diz?
Determina a força de atração gravitacional entre os corpos em termos de suas massas e a distância entre eles.
Em outras palavras, Newton descobriu que a força de atração gravitacional é proporcional ao produto entre as massas dos corpos e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre eles. Ou ainda, a força de atração entre dois corpos é maior quanto maior forem suas massas e diminui rapidamente quanto mais distante os corpos estiverem um do outro.
Por que é importante?
Apesar da simplicidade da fórmula, pode ser aplicada em corpos que interagem por meio da força gravitacional, seja em nosso sistema solar ou além dele.
A validação da lei da gravitação além do sistema solar foi dada por William Herschel e seu filho John, quando descobriram que as estrelas não eram fixas, observando vários movimentos estelares e inúmeras estrelas duplas, como Siruis B girando em torno de Sirius A, que é a estrela mais visível, verificando claramente uma elipse kepleriana e que a Lei da Gravitação de Newton permanece válida mesmo a 8,7 anos-luz da Terra.
Quais foram as consequências?
Foi possível prever eclipses com maior precisão, órbitas planetárias, órbitas de cometas, como o Halley, por exemplo, que retorna a cada 72 anos, além da rotação de galáxias. Permitiu lançamento de satélites artificiais, como os utilizados para GPS ou para comunicação, sondas interplanetárias, veículo em Marte, telescópios, como o Hubble. Determinação da massa da Terra, do Sol ou de outros planetas.
A constante $G$ tem um valor muito pequeno e não foi descoberto por Newton. Somente algum tempo depois em 1797, Henry Cavendish, através de um experimento em laboratório, encontrou numericamente seu valor com precisão de $1\%$:
$$G = 6,67428 \times 10^{-11}\ \frac{Nm^2}{kg^2}
$$
Referências:
- 17 equações que mudaram o mundo - Ian Stewart
Links para este artigo:
- http://bit.ly/lei-gravitacao-newton
- https://www.obaricentrodamente.com/2019/01/a-lei-da-gravitacao-universal-de-newton.html
Eu tenho um aluno que está doidinho pelas aulas sobre esse tema. Sempre me chama no facebook falando de Física. Ah se todos fossem assim. Curiosos.
ResponderExcluirAbraço, meu amigo!
O tema é fascinante mesmo. Acho que história das ciências deveria ser parte do currículo escolar, para despertar a curiosidade nos alunos.
ExcluirUm abraço!
Existe um problema que chamou muito a minha atenção relacionado a este assunto e que passei a ter conhecimento anos depois de ter saído da graduação, que era o problema dos N corpos. Especialmente o problema mais simples, que refere ao problema dos 3 corpos.
ResponderExcluirA qualidade do blog é muito boa, acompanho seu canal desde o início, quando ainda tínhamos um ambiente muito prolífico de blogs de divulgação matemática (Elementos de Teixeira, Blog Fatos Matemáticos, entre outros).
Enfim, desejo vida longa ao OBaricentrodaMente. :)
Abraços, Diogo.