O Teorema de Faure (ou Fauro) é uma relação métrica da circunferência, relacionando o raio com duas cordas perpendiculares onde o ponto de intersecção definem 4 segmentos de modo que a soma dos quadrados dos segmentos é igual a quatro vezes o quadrado do raio:
a2+b2+c2+d2=4r2
Para demonstrar o Teorema de Faure, utilizaremos o Teorema das cordas e o Teorema de Pitágoras.

Antes de iniciarmos a demonstração, vamos relembrar alguns conceitos:
Definição 1: Circunferência
A circunferência é o conjunto de pontos equidistante a um ponto fixo no plano. Ou seja, dado um ponto O, os pontos que estão a uma distância r formam a circunferência. Ou ainda, em outras palavras, é o contorno de um círculo.
Definição 2: Corda
Corda é um segmento de reta que une dois pontos localizados em uma circunferência. Se uma corda passa pelo centro O da circunferência, essa corda recebe um nome especial, chamada de diâmetro, e representada pela letra d.
Teorema 1: Teorema das Cordas
Se uma reta passa por um ponto P e corta uma circunferência nos pontos A e B, então o produto PA⋅PB é constante.

Vamos considerar apenas o caso em que o ponto P é interior à circunferência. Assim, temos que a corda AB passa por P. Seja uma segunda corda CD passando por P.
A partir dessas duas cordas, podemos definir dois triângulos compartilhando o mesmo vértice P. Se provarmos que esses dois triângulos são semelhantes, conseguimos provar o teorema das cordas.
Como os dois triângulos compartilham o mesmo vértice P, os ângulos AˆPD e CˆPB são congruentes.
Por outro lado, os ângulos AˆDP e CˆBP também são congruente, pois determinam o mesmo arco AC. Estes ângulos são inscritos e suas medidas são iguais à metade o ângulo central.
- Leia o artigo: O teorema do ângulo inscrito
Assim, temos que os triângulos APD e CPB são semelhantes pelo caso ângulo-ângulo (AA). Logo:
PAPC=PDPBO que nos leva a:
PA⋅PB=PC⋅PD
Assim, o produto PA⋅PD é constante.
Teorema 2: O Teorema de Faure
Vamos iniciar construindo uma circunferência e duas cordas perpendiculares em P, dividindo as cordas AB e CD em segmentos a e b e c e d, respectivamente. Traçamos dois segmentos perpendiculares às cordas partindo do centro O da circunferência, cortando-as em seus pontos médios M e N.

Vamos determinar as medidas dos segmentos x=PM e y=DN em função dos segmentos a, b, c e d.
Temos que a corda AB=a+b, onde M é seu ponto médio. Assim:
AM=a+b2 a+x=a+b2 2a+2x=a+b 2x=b−a x=b−a2
Analogamente, temos que a corda CD=c+d, onde N é seu ponto médio. Assim:
DN=c+d2 y=c+d2
Vamos destacar o triângulo retângulo OND da figura acima:

Mas, pelo teorema das cordas dado na relação (3), temos que a⋅b=c⋅d. Assim:
4r2=b2+a2−2ab+c2+2ab+d2O que nos leva ao teorema de Faure:
4r2=a2+b2+c2+d2
Uma linda demonstração. Obrigado por compartilhar o material em tão alta qualidade, tanto do texto em si quanto das imagens.
ResponderExcluirGrande abraço,
Diogo C.
Obrigado Diogo, pelo prestígio e por dispor a escrever estas gentis palavras.
ExcluirIncrivelmente não encontrei uma biografia sobre Faure.
Um grande abraço!
Olá Kleber, no Teorema 2 você define 'y' como sendo y = PN, o correto não seria y = ND? Como é utilizado nos demais procedimentos com o triângulo OND.
ResponderExcluirOlá! Você está corretíssimo. Vou corrigir. Obrigado pela leitura atenta! Um abraço!
ExcluirParabéns pelo seu trabalho.
ResponderExcluirObrigado Emilson. Um abraço.
ExcluirExcelente post.
ResponderExcluirExcelente serviço prestado,vc é 10.
ResponderExcluirOlá, amigo. Agradeço por seu comentário! Um abraço!
ExcluirMuito boa,a sua colaboração.
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